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Comprar roupas está ficando fora de moda no Reino Unido

O “Novo Consumismo” está crescendo ou consumo consciente está crescendo. No Reino Unido as pessoas deixam de comprar roupas para viajar e ir a restaurantes, com isso, pela primeira vez em 20 anos, nos últimos seis meses, o  lucro das maiores varejistas do país despencou 4,4% em cinco meses.

Marks and Spencer, uma das maiores varejistas do Reino Unido — com 10% do mercado — cortou postos de trabalho depois da sua maior queda trimestral em vendas. Já a French Connection não tem indicado lucro desde 2012. Outras marcas famosas estão fazendo descontos para aquecer as vendas.

A rede de lojas John Lewis teve uma queda nos lucros semestrais de 75%, e a rede de fast fashion Primark , cujas lojas de rua são as mais visitadas, informou a primeira queda em vendas em suas lojas no Reino Unido em 16 anos. A empresa culpou o Outono quente no ano passado e a primavera fria deste ano.

Pesquisa de consumo realizada com 15.000 britânicos pela empresa Kantar Worldpanel, indica que os consumidores estão esperando que o frio do inverno ou a onda de calor do verão se materializem antes de comprar qualquer coisa.

Comprar roupas está ficando fora de moda no Reino Unido stylo urbano

A mudança no consumo de moda também acontece em outros países, como na França e nos EUA. Há uma desaceleração nas vendas de roupas, embora menor do que no Reino Unido. O fato é que comprar roupas pode estar ficando “fora de moda”:

• Os consumidores só comprar roupas de verão ou inverno se realmente precisar delas;
• Os clientes esperam pelas liquidações para não pagar menos;
• Há dez anos não há nenhum grande lançamento de jeans depois do skinny;
• Os consumidores estão economizando dinheiro com experiências — férias ou jantares, em vez de gastá-lo com moda e há vários restaurantes com conceitos alimentares inspiradores.
• As pessoas estão cansadas de gastar tempo e dinheiro com coleções de moda que só remixam estilos do passado.

Em 2016, no Reino Unido, um consumidor médio comprou 60 peças de roupa nova, a primeira queda em sete anos, de acordo com analistas de mercado. Vendas agora acontecem mensalmente, por isso é fácil para os compradores esperarem por pechinchas. Há descontos em abundância.

É justamente na geração do milênio ou geração Y, que houve uma queda no consumo de roupas. Os consumidores menores de 25 anos estão comprando menos enquanto as pessoas mais velhas, de 45 a 50 anos, aumentaram a quantidade de gastos com roupas para os seus filhos, filhas e assim por diante. Alguns varejistas têm culpado a indústria da moda. No início deste ano, Richard Hayne, presidente-executivo da Urban Outfitters, disse que a última grande tendência da moda aconteceu há 10 anos com o jeans skinny. Ele acredita que a moda pode ter “perdido um pouco de sua magia com a geração do milênio”, disse ao  The Independent.

Os consumidores de hoje estão reavaliando suas prioridades e questionando o que eles realmente acham que tem valor. Isso se encaixa na tendência crescente de “Novo Consumismo“, um termo cunhado pela empresa de pesquisa Euromonitor para descrever um movimento generalizado que prioriza o consumo conscientes sobre o consumo impulsivo. Há oito principais tendências que compõem o Novo Consumismo:

1) A economia circular (onde tudo é utilizado e nada é desperdiçado)
2) A inovação frugal (significa eliminação de características não essenciais e muitas vezes dispendiosas de um produto ou serviço)
3) Negociação (os consumidores tornaram-se compradores mais inteligentes, não tem vergonha de procurar pechinchas e a tecnologia contribuiu para isso.)
4) A economia de compartilhamento (que liga a oferta e a procura, interrompendo a forma tradicional de condução de negócios)
5) Experiência (a priorização do fazer, ver e sentir sobre o “possuir mais coisas”)
6) Tempo para si próprio (um aumento das tarefas terceirizadas para se ter mais conveniência)
7) Reavaliar a própria utilização do espaço (ou seja, eu realmente preciso viver numa casa grande?)
8) A economia ‘gig’ (caracterizado por contratos de curto prazo de trabalho e freelancer, bem como a capacidade de se movimentar)

No mundo da moda, o Novo Consumismo se traduziu em demanda por maior transparência, valores de marca autêntica, processos de produção sustentáveis, economia de compartilhamento e experiências de varejo originais, entre outras coisas. Será que os jovens da geração do milênio estão se cansando do hiper consumismo do fast fashion e estão buscando algo melhor para si mesmos e para o mundo?

fonte: http://www.stylourbano.com.br/comprar-roupas-esta-ficando-fora-de-moda-no-reino-unido/