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Por que algumas marcas não consideram mais luxo usar pele de animais?

A indústria da moda está sujeita a muitas críticas, principalmente porque inspira o consumo desenfreado. Ao consumir é preciso estar atento para que a roupa não sirva apenas para uma estação. Também é necessário ter valores éticos e exigir transparência em relação ao processo produtivo, incluindo o uso de peles em casacos e acessórios.

Acordos internacionais indicam que nenhum animal deve ser prejudicado deliberadamente ou exposto à dor. Ainda que a pele seja subproduto da carne, tirar a vida dos animais deve sempre ser algo conduzido com métodos rápidos, não dolorosos ou traumáticos. Estes métodos devem ser supervisionados pelos órgãos competentes.

O resultado é que o acesso às informações têm influenciado as marcas e os estilistas. Muitas empresas de moda decidiram não usar mais pele de animais reais ou espécies animais exóticas e selvagens. Outras, já anunciaram que só vão utilizar pele animal em itens e acessórios desde que eles sejam tratados com dignidade e respeito.

Em meio às polêmicas, Gisele Bünchen se posiciona: “Usar pele real nunca deve ser uma opção”, diz. Ela ganhou a capa da Vogue francesa em agosto de 2017 que tem matéria especial sobre o tema #fakefur.

A atuação das marcas de moda: substituindo pele animal por peles falsas

Quando o estilista Karl Lagerfeld criou para a Chanel, em 2010, um desfile com peças com pele fake o mercado de luxo logo aderiu. Considerado sinônimo de status, os caríssimos casacos de pele já estão quase sendo banidos da moda. Pressionado por ativistas das organizações em defesa dos animais os estilistas estão modificando e influenciando o jeito de consumir do mercado.  E a cada temporada nas passarelas de Inverno as peles são substituídas por versões fakes de vison e afins. Nesta temporada, a Armani junta-se às marcas Hugo Boss, Calvin Klein, Tommy Hilfiger, Miu Miu e Ralph Lauren e substitui as peles de animais por peles sintéticas. A Armani declarou publicamente à imprensa que as novas tecnologias “tornaram a utilização de práticas cruéis contra os animais desnecessárias”.  No Brasil, foi no São Paulo Fashion Week – SPFW Inverno 2011 que a marca Huis Clos apostou no material sintético vindos de produtores da Ásia. Para Clô Orozco, proprietária da grife, a qualidade da pele sintética superou suas expectativas.

É bom lembrar que as organizações que atuam em defesa dos animais não estão em defesa do meio ambiente. É sabido que a produção de pele sintética pode ser também causar dano ambiental. Então, é preciso admitir que há problemas de todos os lados. Enquanto a pele animal precisa de substâncias químicas para se manterem conservadas evitando a decomposição, as peles sintéticas são derivadas de petróleo, portanto, altamente poluentes. 

Se você ainda prefere usar marcas que fabricam casacos e acessórios de pele animal é importante estar atento a alguns parâmetros. Os animais são seres sensíveis e os seres humanos têm a responsabilidade de garantir que eles tenham uma vida digna de ser vivida. Por exemplo, ao usar plumas, não aceite consumir produtos que usem plumas arrancadas de aves vivas.

Não tolere o maltrato de animais, então uma boa atitude é exigir a certificação de que o produto não é feito de nenhuma espécie em extinção que está na lista da Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Saiba que as marcas da Europa devem seguir a Convenção Europeia para a Proteção de Animais Mantidos para Propósitos de Cultivo — significa que foram tratados de acordo com os padrões internacionais de bem-estar animal estabelecidas pela legislação. Os animais tirados da natureza devem ter recebido a proteção do Acordo Internacional sobre Padrões de Tração Humanos e caçados de acordo com a Política de Uso Sustentável da União Internacional para a Conservação da Natureza.

E fique atento pra não comprar gato por lebre. Luvas de couro oriundas da Ásia — em especial da China e da Coreia — podem ser feitas de cachorro. Sim, é algo comum, mesmo que na etiqueta esteja escrito pele de cabra. A principal dica é: estar na moda é praticar o bom senso e o consumo consciente.